PERGUNTAS DE TIRAR O SONO


"Vai, vende tudo que tens, dá-o aos pobres; e terás um tesouro no céu; então vem e segue-me." Marcos 10:21


Até que ponto a igreja estaria disposta a fazer renúncias por amor a Jesus? Seguiria mesmo seus passos bem de perto? Estaria a igreja pronta para sofrer pelo seu Senhor? Seria verdade que a igreja de hoje, a igreja que leva o nome de Cristo, se recusaria a segui-lo se isso implicasse sofrimento e perdas materiais? Que é inútil olhar para a igreja em busca de alguma reforma ou redenção da sociedade?


Estariam os discípulos deste país dispostos a submeter seu discipulado a uma prova? E os homens que possuem muitos bens? Estariam prontos a lançar mão dessa riqueza e usá-la do jeito que Jesus faria? E os homens e mulheres de grande talento? Estariam desejosos de consagrar esse talento à humanidade da forma como Jesus sem dúvida faria?


Não seria verdade que esta geração está sendo chamada a um novo conceito de discipulado? Seria possível viver a vida sem se importar com a pavorosa condição de homens, mulheres e crianças que estão morrendo, tanto física quanto espiritualmente, necessitados da ajuda dos cristãos?


Será que nos preocupamos pessoalmente com realidades como as bebidas alcoólicas e as drogas, que matam pessoas aos milhares, muito mais do que a guerra? Poderíamos afirmar que não temos nada a ver com isso? Que cada um deve cuidar de si próprio? Não seria verdade que, se todos os cristãos deste país agissem como Jesus, a sociedade, o mundo dos negócios e o próprio sistema político sob o qual nossas atividades comerciais e governamentais são conduzidas passariam por uma mudança tão grande, que o sofrimento humano seria reduzido a níveis bem mais modestos? Que aconteceria se todos os membros das igrejas desta cidade tentassem agir como Jesus agiria?


Qual é a prova do discipulado cristão? Não é a mesma dos tempos de Cristo? Será que ela foi modificada pelo nosso ambiente? Se Jesus estivesse aqui hoje, não haveria de desafiar alguns membros desta igreja a fazer o mesmo que ele ordenou ao jovem rico e pedir-lhes que abrissem mão da riqueza para o seguir? O que aconteceria se cada membro de igreja desta cidade começasse a fazer o que Jesus faria?


O que faria Jesus com as riquezas? Como faria uso delas? Que princípio nortearia a forma como o dinheiro seria gasto? Será que ele viveria no meio do luxo e gastaria dez vezes mais com a aparência pessoal e com diversão em comparação com o dinheiro empregado para atender as necessidades das pessoas que sofrem nesta vida? Como ele ganharia seu dinheiro?


Que faria Jesus diante do enorme exército de desempregados e desesperados que perambulam pelas ruas e criticam a igreja, ou são indiferentes a ela, mergulhados numa luta penosa pelo pão que se torna amargo de tão difícil que é conquistá-lo? Será que Jesus não se importaria nem um pouco com essas pessoas? Seguiria seu caminho tranqüilo e confortavelmente? Será que Ele diria que isso não é problema DEle? Será que se isentaria da responsabilidade de extirpar as causas de tal condição?


O que faria Jesus no meio de uma civilização que corre tanto atrás de dinheiro, que as próprias moças que trabalham fora não recebem o suficiente para sua subsistência sem que enfrentem tentações medonhas, tão grandes que várias delas caem e são varridas para o abismo da perdição?


O que Ele faria em lugares onde as exigências do comércio sacrificam centenas de rapazes numa atividade que despreza todos os deveres cristãos para com eles em termos de educação, ensino moral e afeição pessoal?


Será que Jesus, se estivesse aqui hoje e participasse de nossa indústria e comércio, não sentiria nada, não faria nada e não diria nada diante dos fatos que todo empresário conhece?


O que faria Jesus? O discípulo não deve fazer o mesmo? Ele não deve obedecer, seguindo seus passos? Até que ponto o cristianismo dos dias atuais representa sofrimento por Cristo? Estaria ele mesmo se negando, por causa de facilidades, conforto, luxo e alto nível de vida?


O que o mundo mais precisa hoje? Não é de sacrifício pessoal? Estaria a igreja cumprindo seu dever de seguir Jesus quando contribui com um pouco de dinheiro para sustentar missões ou minorar casos extremos de necessidade? Poderíamos chamar de sacrifício um homem com patrimônio de dez milhões de reais que contribui com dez mil para obras de caridade? Não estaria ele doando alguma coisa que não lhe custa praticamente nada em termos de sofrimento pessoal? É verdade que muitos discípulos hoje, na maioria das igrejas, levam vidas fáceis, tranqüilas e egoístas, algo que nem de longe pode ser chamado de sacrifício?


Estamos dispostos a levar nossa cruz? Estamos dispostos a viver uma nova forma de discipulado? Estamos desejosos de reconsiderar nossa definição de cristianismo?


O que faria Jesus?


Se nossa definição de cristianismo se reduz a desfrutar os privilégios da adoração, sermos generosos se isso não nos custar nada, divertirmos cercados de amigos e coisas agradáveis, viver uma vida respeitável e ao mesmo tempo evitar as maiores dificuldades geradas pelo pecado, fugindo da dor que ele causa, então estaremos longe de seguir os passos de Jesus, que percorreu seu caminho com gemidos e lágrimas de angústia pela humanidade perdida, suou gotas de sangue e gritou do alto da cruz: 'Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?'.


O que precisa ser enfatizado no discipulado de hoje é o elemento pessoal. Não adianta dar sem se doar. O cristianismo que tenta terceirizar o sofrimento não é o cristianismo que Cristo pregou. Todo cidadão e empresário que se diz cristão precisa, como indivíduo, seguir os passos de Jesus ao longo do caminho do sacrifício pessoal por amor a Ele. Hoje não há um caminho diferente do caminho que havia nos tempos de Jesus. Ele continua sendo o mesmo. O que precisamos é ouvir e fazer o desafio por uma nova forma de discipulado, mais parecido com o cristianismo apostólico dos primeiros dias, quando, com toda simplicidade, os discípulos largavam tudo e literalmente seguiam o Senhor. Só isso pode ser capaz de enfrentar o egoísmo destrutivo de nossos dias com alguma esperança de vencê-lo.


O número de cristãos nominais é bem grande hoje. Precisamos de mais cristãos legítimos. Precisamos de um avivamento do cristianismo ensinado por Cristo. De forma inconsciente e com toda preguiça, egoísmo e formalidade, temos produzido uma forma de discipulado que o próprio Jesus não reconheceria como genuíno. Quando clamássemos a Ele, dizendo 'Senhor, Senhor', Ele nos responderia: 'Nunca vos conheci'.


O que é ser cristão? É imitar Jesus. É fazer as coisas do jeito que Ele faria. É seguir os seus passos.




“Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo.” Lc 14.33

Comentários

Postagens mais visitadas