Reflexo no espelho
O ato de escrever tornou-se para mim uma forma de colocar minhas idéias, emoções e pensamentos em ordem quando percebo um caos dentro de mim. E existe um período para isso acontecer. Por sinal, estou bem no meio dele.
Enfim...
Decidi aproveitá-lo para colocar para fora algumas coisas que me sensibilizam no momento. Hoje o que pulsa é a questão emocional, amorosa. Essa raposa!!!
Durante algum tempo, tenho percebido uma dinâmica de Deus comigo: sempre que me sinto segura ou confortável dentro de uma relação, Ele me mostra a natureza humana/instintual em operação, pintando uma tela diferente da cor-de-rosa que eu estava enxergando, com minha visão romântica (?). Não só daquele que comigo está, mas a minha própria, fazendo com que eu chegue em algumas conclusões nada legais ou fáceis de digerir.
Primeira: Eu sou igual ao meu semelhante. Às vezes até pior em algumas áreas. Isso faz com que eu veja o ser hipócrita que sou, quando eu, com dedo em riste, tento constranger alguém diante de um flagrante.
Segunda: Aquele(a) a quem eu amo é imperfeito, refletindo o meu reflexo. Isso também dói muito, mas também me ajuda a enxergar o Amor incondicional do meu Senhor. E aí me constranjo. Muito.
Terceira: O ato de amar como o amor ama leva-me a aplicar a incondicionalidade, pois se assim não for, o que serei? Um ser amargurado e decepcionado com a vida? Melhor é saber que eu e o outro somos imprevisíveis e que preciso considerar essa imprevisibilidade. Não é nada bom concluir isso, mas é libertador. Por que? Porque não me torno escrava das expectativas, pois elas me deixam expostas às "decepções". Elas existem. Estão conosco desde a queda, no DNA.
Parafraseando Paulo: Por três vezes pedi ao Senhor para que se desviasse de mim. E Ele me disse: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza.
Sou caída, decepciono, fraca. Cada um que cruza comigo é um espelho. O que está nele(a), está em mim. Cabe a mim amar e só.
Se perecer, pereci.
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